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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto, e mais
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu gozo ou seu contentamento.

A ti meu amor, renderei a tudo quanto escrever-te
E o que sair de mim, chegará até a ti
Na velocidade da luz
Este será meu soneto de fidelidade
E até onde chegar a tua idade, me achegarei também. 

As Cores de Dezembro

Eu protegi o teu nome
Tomei pra mim os teus medos
E de todas as suas loucuras te livrei.
Dei pra ti de mim mesmo
A emoção acabou
Que coincidência é o amor..
Você usou a minha inocência
A inocência que adquiri quando descobri que te amava
Pra destilar terceiras intenções.
Eu protegi o teu nome com amor
Num pranto desolador
Te ter é viver morto de paixão.
E agora quem vai trazer cores á dezembro?
E sentir comigo o vento? 
Não seria mais necessário acordar...

Amor/ Poesia Essencial - Roseana Murray

A felicidade pousa
Em minhas mãos
Rara borboleta que tivesse
Atravessado os séculos
E o vidro da sala
Para suntuosa
Me oferecer a sua prata
Deslizam os barcos 
Debaixo das pontes
Empurram o tempo:
Há uma ilha á espera
Os pequenos gestos
De todas as manhãs
Arrumar os lençóis 
E os restos da noite
Decifrar os sonhos
Trocar a água gasta
Das flores
Fazem a rotação da Terra
Nessa mesa simples
Arrumamos os pratos
O pão e o vinho
E o amor em pequenas taças
Transparentes
Cheias de silêncio...

Azeite e Vinho/ Poesia Essencial - Roseana Murray

Ele sabe meus caminhos
Mais secretos
Minhas pedras cobertas
De limo
Ele conhece a ossatura
Do meu silêncio
E já subiu a bordo
Dos meus pavores noturnos
Ele já provou o sal
Das minhas cordas marinhas
E no entanto ás vezes
É como se fôssemos
Azeite e vinho
Cada um em sua noz
Flutuando á deriva
Na imensidão do planeta
Cada um em seu aquário
De vazio e vidro
Engarrafados para sempre
Em nossa própria solidão. 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Mistérios

Te estranho e nem exito. 
Te olho e nem permito.
Te quero e nem insisto.
Te mando e eu obedeço.
Te acho porque só te perco.
Te beijo não como quero
E nem te tenho por perto.

Razões vagam nas horas fingidas
Se tornam quase razões perdidas.
Mas o que me toma se tão somente horas de vida?

Te digo e nem ouço.
Então te digo outra vez:
Me leva pelos caminhos do vento
Pelas trilhas que vão.
Que parte meus estilhaços.
Todos em teu chão.

Te venero e nem nego
te procuro e acho.
Te acho e me aconchego. 


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Resta

O que resta? 
O tempo? O medo? O nada?
O que intimida?
A falta? A raiva? Insegurança? 
O que alivia?
A palma? A alva? A alma? 
Resta.

O dia está encerrando. 
Você continua me encarcerando. 
E eu continuo sedada. 
Por você. Por tudo ou por nada. 

O que resta?
A luxuria? A loucura? O abrigo? 
O amor? O ódio? O amigo? 
O que corta? 
A tesoura? A mentira? A ganância 
( a tesoura não chega na alma) ? 
Resta.